domingo, 24 de abril de 2011

Luís de Camões

Verdes são os campos




Verdes são os campos,


De cor de limão:


Assim são os olhos


Do meu coração.






Campo, que te estendes


Com verdura bela;


Ovelhas, que nela


Vosso pasto tendes,


De ervas vos mantendes


Que traz o Verão,


E eu das lembranças


Do meu coração.






Gados que pasceis


Com contentamento,


Vosso mantimento


Não no entendereis;


Isso que comeis


Não são ervas, não:


São graças dos olhos


Do meu coração.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

TÀPIES

     Seu pai, Josep Tàpies Mestres, era advogado, e a sua mãe, Maria Puig Guerra, era filha de uma família de políticos catalães. A profissão do seu pai, e as relações políticas do lado da sua mãe, proporcionaram-lhe um ambiente liberal durante a sua infância. Em 1942, devido a uma doença pulmonar, passa algum tempo a convalescer num sanatório em Puig d’Olena. Durante este período, dedicou-se a copiar obras de artistas como Picasso ou Van Gogh. Leu Nietzsche, Dostoievsky e filosofia oriental, nomeadamente o Budismo Zen; ao mesmo tempo, ouvia a música do romantismo e Richard Wagner. Estuda Direito na Universidade de Barcelona. Ao mesmo tempo que estudava Direito, Tàpies dedicou parte do seu tempo à pintura e colagens, de conteúdo existencialista e surrealista (p.ex. Figura de Papel de Jornal e Fios, 1946-1947), influenciado por filósofos como Sartre e Heidegger. Em 1945, abandona os estudos e, no ano seguinte, instala-se no seu estúdio em Barcelona. Os anos seguintes são de contacto com diferentes artistas e intelectuais, e de crescente reconhecimento da sua obra. Em 1953, casa-se com Teresa Barba, situação que o fará abandonar a sua vertente surrealista, adoptando a corrente do informalismo europeu. Simpatizante da causa catalã (expressa nalguma pinturas como O Espírito Catalão, de 1971), apoia alguns movimentos de protesto ao franquismo, que o levam à prisão por breves períodos, no final dos ano 60, princípios de 70. A década de 70 é de prestigio internacional. A obra de Tàpies foi exposta em todo o mundo, nos principais museus de arte moderna. Doutorado por diversas vezes Honoris Causa, recebeu inúmeros prémios, dos quais se destacam a Medalha de Ouro da Generalidade da Catalunha (1983), e o Prémio Príncipe das Astúrias das Artes (1990). Em 1990, é inaugurada a Fundação Antoni Tàpies, instituição fundada pelo próprio para divulgar a arte contemporânea.


in www. wikipédia

terça-feira, 5 de abril de 2011

Juan Ramón Jimenez



Nome completo Juan Ramón Jiménez Mantecón

Nascimento 23 de dezembro de 1881

Moguer

Morte 29 de maio de 1958 (76 anos)

San Juan

Nacionalidade Espanhol

Ocupação Poeta

Prêmios Nobel de Literatura (1956)

Juan Ramón Jiménez Mantecón (Moguer, 23 de dezembro de 1881 — San Juan, 29 de maio de 1958) foi um poeta espanhol. Por sua oposição ao regime franquista foi obrigado a exilar-se nos EUA, no ano de 1936. Recebeu o Nobel de Literatura de 1956.

Sua obra teria grande influência sobre a poesia de vanguarda espanhola, a chamada geração de 1927, a qual incluia Federico Garcia Lorca e Rafael Alberti.



Ainda que mais velho que os poetas de 1927 e pertencente a uma geração anterior de poetas, Jiménez uniu-se aos autores da dita vanguarda espanhola, sendo considerado um mestre de muitos deles, como Jorge Guillén.

Sua obra começa oficialmente em 1908 com influências de Gustavo Adolfo Bécquer, do Simbolismo francês, do Decadentismo de Walter Pater e do Modernismo castelhano de Rubén Darío; sua obra mais popular desta fase, na Espanha, no entanto, é "Platero y yo", de 1914, um livro de poesia em prosa.

A partir de 1916, Jiménez passa por uma mudança na sua produção poética, sofrendo influência de poetas de língua inglesa, como William Blake, Emily Dickinson, Yeats e Shelley, se unindo a um grupo de pensadores e artistas espanhóis que é classificado como "Novecentismo", uma geração pré-vanguardista. Desta fase, o livro mais importante e inovador é "Diario de un poeta recién-casado", de 1916, aquele que na sua obra o aproximaria da vanguarda de língua espanhola. A partir de 1919, com "Piedra y cielo" o poeta passa a explorar o tema da criação poética como atividade, o poema como uma obra de arte e o poeta como um deus-criador de um universo novo, idéias centrais do Criacionismo de Vicente Huidobro.

A partir de 1937, o poeta entra em uma nova fase, com seu exílio, na qual se torna místico e passa a buscar por Deus, um período que culmina com a morte de sua esposa, depressão profunda do autor e sua morte dois anos após a morte da esposa.

Inteligência, Dá-me o Nome Exacto das Coisas



Inteligência, dá-me

o nome exacto das coisas!

... Minha palavra seja

a própria coisa,

criada por minha alma novamente.


Que por mim cheguem todos

os que não as conhecem, às coisas;

que por mim cheguem todos,

os que já as esquecem, às coisas;

que por mim cheguem todos

os próprios que as amam, às coisas...

Inteligência, dá-me

o nome exacto, e teu,

e seu, e meu, das coisas.


Juan Ramón Jiménez, in "Eternidades"


Tradução de José Bento

ÂNGELO DE SOUSA