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Joseph Mallord
William Turner, nasceu em Londres no ano de 1775 e foi um dos mais
bem-sucedidos artistas do século 19. Desde garoto demonstrou
inclinação à pintura fazendo desenhos que seu pai expunha na
vitrina de sua barbearia. Já aos 12 anos como aprendiz do gravador
John R. Smith, coloria gravuras obtendo noções de perspectiva e
aquarela. Seu enorme talento abriu-lhe as portas da Royal Academy
(1789), para se aperfeiçoar.
Aos 20 anos foi
contratado por uma revista – Copper Plate Magazine – para fazer
ilustrações. Seu trabalho consistia em viajar pelo interior da
Inglaterra, retratando velhos castelos, abadias, catedrais e
paisagens. Revelou-se excelente aquarelista, preocupado, sobretudo,
com os efeitos de luz.
Apesar do
processo de urbanização da Inglaterra, consequência da Revolução
Industrial, Turner continuou fiel às paisagens, característica que
o consagrou como um dos últimos românticos ingleses. Em 1796,
quando expôs suas primeiras paisagens a óleo, foi recebido com
sucesso. Em 1799 foi eleito membro da Royal Academy. O sucesso
deu-lhe condições para viajar à França e à Suíça, pintando
paisagens locais.
Em 1804,
construiu atrás de sua casa, na Harley Street uma galeria para
expôr permanentemente suas obras, transferindo-a, depois, para a
Queen Ann Street. Em 1804 foi nomeado professor da Royal Academy.
IMPRESSIONISTA
Trabalhava
sempre seus esboços ao ar livre, mas coloria em casa, confiando em
sua memória e valendo-se de anotações valiosas. Foi em 1819 que
fez uma longa viagem pela Itália, quando se familiarizou com as
obras de Canaletto. Dessa viagem surgiu uma nova fase, que se
prolongou até 1840: a obsessão pela luz tomou conta de suas telas.
Turner não só
mostrava apenas os detalhes do local em que retratava, mas em
descrever as condições atmosféricas e como elas modificavam as
cenas, causando impacto emocional no espectador.
Passou a pintar
muito as marinhas ou paisagens com muita água, onde a luz podia se
refletir. Mal compreendido pelos seus conterrâneos foi chamado de O pintor do branco. É dessa fase a obra Fragata Téméraire (1839),
retratada no momento em que era rebocada.
Nessa tela, ela é de cor
prata, sobre um fundo de pôr de sol e com a imensidão do mar
refletindo a cena. Porém a obra foi considerada vistosa, mas sem
valor.
Solteirão,
transferiu-se para Chelsea, sob o nome falso de Mr Booth, afim de
afastar os inoportunos. Os vizinhos julgavam-no um velho marinheiro
aposentado e meio louco.
Suas telas passaram a se constituir de
vibrações de luz e movimento; pintava cataclismos cósmicos e
passou a interessar-se pelo conflito dos elementos. Os
contemporâneos não o compreenderam, mas para os impressionistas era
um mestre, que passava a impressão instantânea registrada pela
retina.
O escritor e
crítico de arte John Ruskin o defendeu quando seus conterrâneos só
viam o negativo em suas obras. Em Os Pintores Modernos,
obra publicada em 1843, Ruskin descreve:
A tempestade de neve como uma das maiores afirmações do movimento do mar, da névoa e da luz que jamais foram retratadas numa tela.
Morreu em
Londres, em 1851, deixando ao patrimônio nacional toda a sua obra:
cem telas acabadas, 182 inacabadas e mais de 19.000 desenhos e
aquarelas. Para compor essa coleção chegou a recusar vultosas
somas, pois achava sua obra muito importante para ficar em mãos
particulares. Considerava-se um patrimônio artístico. Sempre
que podia comprava trabalhos que vendera quando jovem, para legá-los
à Nação.
Seu grande
mestre, sua maior inspiração foi Claude Lorrain. Ao deixar suas
obras à Nação, exigiu que em seu testamento duas de suas obras
fossem sempre expostas ao lado de duas obras de Claude Lorrain.
Ficou visto
como o grande compositor plástico da luz, do espaço, do vento e dos
segredos. Entendia a linguagem secreta das tempestades e das ondas.
Falava com o mar e com as nuvens. Calmarias, geadas, vendavais,
nevascas, tudo se transformava de uma forma visionária, com
contornos imprecisos dentro da imensidão dos espaços abertos, dos
turbilhões da natureza. Nele a figura humana desaparecia.
Segundo sua
vontade foi sepultado na Catedral de Saint Paul, ao lado de Sir
Joshua Reynolds.
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