sábado, 30 de março de 2019

Agnès Varda foi uma cineasta e fotógrafa belga, radicada na França. Foi também professora na European Graduate School. Suas fotografias, filmes e instalações abordam questões referentes à realidade no documentário, ao feminismo e ao comentário social. Wikipédia
Falecimento: 29 de março de 2019, Paris, França Tendência
Nascimento: 30 de maio de 1928, Ixelles, Bélgica
Cônjuge: Jacques Demy (de 1962 a 1990)
 
 
A arte de Agnès Varda em 5 momentos. E seu legado no cinema Juliana Domingos de Lima 29 Mar 2019 (atualizado 29/Mar 18h57) A diretora de filmes de ficção e documentários, fotógrafa, artista visual, feminista e pioneira da Nouvelle Vague, morreu aos 90 anos em 2019

Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/03/29/A-arte-de-Agn%C3%A8s-Varda-em-5-momentos.-E-seu-legado-no-cinema

© 2019 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.
A arte de Agnès Varda em 5 momentos. E seu legado no cinema Juliana Domingos de Lima 29 Mar 2019 (atualizado 29/Mar 18h57) A diretora de filmes de ficção e documentários, fotógrafa, artista visual, feminista e pioneira da Nouvelle Vague, morreu aos 90 anos em 2019

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CONTA Expresso A arte de Agnès Varda em 5 momentos. E seu legado no cinema Juliana Domingos de Lima 29 Mar 2019 (atualizado 29/Mar 18h57) A diretora de filmes de ficção e documentários, fotógrafa, artista visual, feminista e pioneira da Nouvelle Vague, morreu aos 90 anos em 2019 Foto: Fabrizio Bensch/Reuters Agnès Varda no Festival de Berlim para a exibição de 'Varda par Agnès', em fevereiro de 2019 A cineasta belga Agnès Varda morreu em sua casa em Paris, na madrugada de sexta-feira (29), aos 90 anos. Varda sofria de um câncer de mama. “Varda se foi, mas Agnès continuará aqui. Inteligente, viva, doce, espirituosa, risonha, cômica, inusitada como seu trabalho”, disse o ex-presidente do Festival de Cannes, Gilles Jacob, no Twitter. Radicada na França desde a adolescência, a artista nasceu em 1928 em Bruxelas. Iniciou a carreira como fotógrafa, começou a filmar na década de 1950 e seguiu em atividade no cinema até 2019. Dirigiu mais de 20 longa-metragens, entre eles “Visages, Villages” (2017), “Os Renegados” (1985) e “Cléo das 5 às 7”, e cerca de outros vinte curtas. Foto: Divulgação Varda e JR em 'Visages Villages'. Fotografia de trabalhadores no muro foi uma das intervenções feitas por eles nos lugares onde passaram no filme “Se você é curioso, você sempre tem algo a dizer. Sempre luto contra a estupidez, inclusive a minha própria”, disse à imprensa na última edição do Festival de Berlim, realizada em fevereiro de 2019. A partir dos anos 2000, ela atuou também como artista plástica, produzindo instalações expostas na Bienal de Veneza e na Fundação Cartier, em Paris. “Varda nunca se apertou na dúvida entre ficção e documentário: praticou os dois sem distinção”, escreveu o crítico Inácio Araújo no jornal Folha de S.Paulo. Assim, se tornou uma das grandes praticantes do filme-ensaio, formato que no seu caso trazia características próprias como o humor, o gosto pelo inesperado e o olhar para as pessoas comuns. Araújo a define como “autora de uma obra tão grandiosa em importância quanto desprovida de afetação e atravessada pela inteligência e pelo humor”. Para Peter Bradshaw, crítico de cinema do jornal britânico The Guardian, ela foi a maior cineasta da Nouvelle Vague, a nova onda do cinema francês, normalmente creditada aos diretores François Truffaut, Jean-Luc Godard, Jacques Rivette e outros. Formado por jovens cineastas – muitos deles atuaram também como críticos na revista Cahiers du Cinéma –, o movimento em voga nas décadas de 1950 e 1960 rompeu com o que era feito no cinema francês até então, em busca de um cinema autoral radical e moderno. Agnès em 5 destaques Os filmes-despedida Em fevereiro de 2019, Varda lançou no Festival de Berlim “Varda par Agnès”, filme estruturado como uma aula de cinema, que permite compreender seu percurso artístico. “Nos últimos anos falei muito de mim e dos meus filmes, então queria uma obra que fosse uma grande conversa”, disse à imprensa no Festival de Berlim. “Mas sou fascinada mesmo é pelas pessoas que vejo por aí, nas ruas.” No ano anterior, foi indicada pela primeira vez ao Oscar de melhor documentário por “Visages, Villages”, em que percorre a França com o fotógrafo JR, se despedindo das paisagens e pessoas comuns retratadas em seus filmes. Ela havia desenvolvido um problema de visão e estava deixando de enxergar. Feito uma década antes, quando Varda completava 80 anos, “As Praias de Agnès”, já era visto ora como autorretrato, ora como primeiro testamento de sua obra. Além da indicação da Academia americana, no fim de 2017, Varda foi a primeira diretora a receber um Oscar honorário, pelo conjunto de sua obra. Para Jacques Demy Para o seu companheiro de vida e profissão, o cineasta Jacques Demy, morto em 1990, fez “Jacquot de Nantes”, de 1991, baseado nas lembranças de infância de Demy, “Les Demoiselles Ont Eu 25 Ans”, documentário de 1993 sobre os 25 anos de um filme de Demy, e “O Universo de Jacques Demy”, documentário de 1995. “Jacquot de Nantes” é único: mistura dramatizações das memórias do cineasta, que cresceu em Nantes em meio à Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a cenas de seus filmes e filmagens documentais do final de sua vida. O engajamento feminista “Sou feminista desde que nasci”, declarou a diretora em 2017. Varda foi uma das personalidades que assinaram, em 1971, o “Manifesto das 343”, declaração que estampou a capa da revista francesa Le Nouvel Observateur com centenas de mulheres, muitas conhecidas publicamente, que afirmavam já terem feito um aborto. O movimento deflagrou o processo que culminaria com a descriminalização do aborto no país em 1975. Seu curta documental “Resposta de Mulheres: Nosso Corpo, Nosso Sexo”, de 1975, indaga sobre o que é ser mulher. Em 1977, lançou a comédia musical “Uma Canta, a Outra Não”, que narra, através da história de duas mulheres, a emancipação feminina na virada dos anos 1960 para os 1970. A temática feminista aparece mais claramente nesses filmes. Desde a década anterior, porém, Varda já se dedicava a explorar o ponto de vista de personagens femininas sobre o mundo, na contramão dos papéis de musa em que atrizes como Anna Karina e Brigitte Bardot eram colocadas por seus colegas da Nouvelle Vague. O olhar sobre a contracultura dos anos 1960 Uma série de documentários filmados por Varda nos anos 1960, fora da França, se voltam para os acontecimentos políticos e culturais do período. São parte dessa fase um dos segmentos do filme “Longe do Vietnã”, de 1967, “Oncle Yanco”, do mesmo ano, que registra o encontro da cineasta com um parente desconhecido, um pintor hippie que vive em um barco na Califórnia, “Black Panthers”, de 1968, em que ela entrevista ativistas e registra os protestos pela libertação do pantera-negra Huey Newton, e “Saudações, Cubanos!”, de 1971, feito a partir das fotografias tiradas por Varda em sua visita à ilha em 1963, que explora a cultura e a sociedade do país após a Revolução Cubana, ocorrida em 1959. “Sempre estive à esquerda no espectro político, mas nunca numa esquerda oficial, de partido”, disse Varda à imprensa no Festival de Berlim, em 2019. “Não faço política nos meus filmes, mas o espírito deles é solidário, de estar do lado das mulheres e dos trabalhadores.” A Nouvelle Vague Varda iniciou sua carreira como fotógrafa. Havia estudado arte, fotografia, literatura e psicologia. Em uma entrevista concedida ao jornal francês Le Monde em 1962, Varda conta que, em 1954, quando trabalhava como fotógrafa do Teatro Nacional Popular, tinha a forte impressão de que as “revoluções literárias” que haviam ocorrido no século 20 ainda não haviam chegado ao cinema. “Nas minhas pesquisas, me inspirei em Faulkner, em Brecht, na tentativa de quebrar a construção da narrativa, de encontrar um tom ao mesmo tempo objetivo e subjetivo, de permitir que o espectador seja livre para julgar e participar” Agnès Varda em entrevista ao Le Monde, em 1962 Em seu primeiro longa-metragem “La Pointe-Courte”, de 1955, Varda leva um casal em crise a uma vila de pescadores e faz desenrolar, simultaneamente, a ficção de seus problemas conjugais e a vida da comunidade local, retratada com traços documentais. Filmado em Sète, cidade cercada pelo Mar Mediterrâneo, onde a família da artista se instalou em 1940, o longa contou com um orçamento reduzido. “Livre e puro”, na definição do crítico André Bazin, o filme de Varda anunciava a Nouvelle Vague, movimento que tomaria conta do cinema francês nos anos seguintes. “La Pointe-Courte” foi realizado anos antes de filmes mais frequentemente lembrados como marcos iniciais do movimento: “Os Incompreendidos”, de François Truffaut, é de 1959 e “Acossado”, de Jean-Luc Godard, de 1960. Em 1962, lançou “Cléo das 5 às 7”, definido pela cineasta como um “documentário subjetivo”: ele narra em tempo real 86 minutos na vida de uma jovem cantora que aguarda ansiosa o resultado de um exame, que, segundo acredita, lhe dará o diagnóstico de um câncer. Mais que pioneira da Nouvelle Vague, Varda era uma das raras mulheres a figurar no cinema da década de 1960. “Varda passou de quase intrusa no universo masculino da direção cinematográfica a pioneira da retomada do cinema como arte também feminina (a exemplo do início do século passado, diga-se)”, escreveu Inácio Araújo. Ele se refere ao fato de que mulheres cineastas, como Alice Guy Blaché, foram pioneiras da arte cinematográfica.

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CONTA Expresso A arte de Agnès Varda em 5 momentos. E seu legado no cinema Juliana Domingos de Lima 29 Mar 2019 (atualizado 29/Mar 18h57) A diretora de filmes de ficção e documentários, fotógrafa, artista visual, feminista e pioneira da Nouvelle Vague, morreu aos 90 anos em 2019 Foto: Fabrizio Bensch/Reuters Agnès Varda no Festival de Berlim para a exibição de 'Varda par Agnès', em fevereiro de 2019 A cineasta belga Agnès Varda morreu em sua casa em Paris, na madrugada de sexta-feira (29), aos 90 anos. Varda sofria de um câncer de mama. “Varda se foi, mas Agnès continuará aqui. Inteligente, viva, doce, espirituosa, risonha, cômica, inusitada como seu trabalho”, disse o ex-presidente do Festival de Cannes, Gilles Jacob, no Twitter. Radicada na França desde a adolescência, a artista nasceu em 1928 em Bruxelas. Iniciou a carreira como fotógrafa, começou a filmar na década de 1950 e seguiu em atividade no cinema até 2019. Dirigiu mais de 20 longa-metragens, entre eles “Visages, Villages” (2017), “Os Renegados” (1985) e “Cléo das 5 às 7”, e cerca de outros vinte curtas. Foto: Divulgação Varda e JR em 'Visages Villages'. Fotografia de trabalhadores no muro foi uma das intervenções feitas por eles nos lugares onde passaram no filme “Se você é curioso, você sempre tem algo a dizer. Sempre luto contra a estupidez, inclusive a minha própria”, disse à imprensa na última edição do Festival de Berlim, realizada em fevereiro de 2019. A partir dos anos 2000, ela atuou também como artista plástica, produzindo instalações expostas na Bienal de Veneza e na Fundação Cartier, em Paris. “Varda nunca se apertou na dúvida entre ficção e documentário: praticou os dois sem distinção”, escreveu o crítico Inácio Araújo no jornal Folha de S.Paulo. Assim, se tornou uma das grandes praticantes do filme-ensaio, formato que no seu caso trazia características próprias como o humor, o gosto pelo inesperado e o olhar para as pessoas comuns. Araújo a define como “autora de uma obra tão grandiosa em importância quanto desprovida de afetação e atravessada pela inteligência e pelo humor”. Para Peter Bradshaw, crítico de cinema do jornal britânico The Guardian, ela foi a maior cineasta da Nouvelle Vague, a nova onda do cinema francês, normalmente creditada aos diretores François Truffaut, Jean-Luc Godard, Jacques Rivette e outros. Formado por jovens cineastas – muitos deles atuaram também como críticos na revista Cahiers du Cinéma –, o movimento em voga nas décadas de 1950 e 1960 rompeu com o que era feito no cinema francês até então, em busca de um cinema autoral radical e moderno. Agnès em 5 destaques Os filmes-despedida Em fevereiro de 2019, Varda lançou no Festival de Berlim “Varda par Agnès”, filme estruturado como uma aula de cinema, que permite compreender seu percurso artístico. “Nos últimos anos falei muito de mim e dos meus filmes, então queria uma obra que fosse uma grande conversa”, disse à imprensa no Festival de Berlim. “Mas sou fascinada mesmo é pelas pessoas que vejo por aí, nas ruas.” No ano anterior, foi indicada pela primeira vez ao Oscar de melhor documentário por “Visages, Villages”, em que percorre a França com o fotógrafo JR, se despedindo das paisagens e pessoas comuns retratadas em seus filmes. Ela havia desenvolvido um problema de visão e estava deixando de enxergar. Feito uma década antes, quando Varda completava 80 anos, “As Praias de Agnès”, já era visto ora como autorretrato, ora como primeiro testamento de sua obra. Além da indicação da Academia americana, no fim de 2017, Varda foi a primeira diretora a receber um Oscar honorário, pelo conjunto de sua obra. Para Jacques Demy Para o seu companheiro de vida e profissão, o cineasta Jacques Demy, morto em 1990, fez “Jacquot de Nantes”, de 1991, baseado nas lembranças de infância de Demy, “Les Demoiselles Ont Eu 25 Ans”, documentário de 1993 sobre os 25 anos de um filme de Demy, e “O Universo de Jacques Demy”, documentário de 1995. “Jacquot de Nantes” é único: mistura dramatizações das memórias do cineasta, que cresceu em Nantes em meio à Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a cenas de seus filmes e filmagens documentais do final de sua vida. O engajamento feminista “Sou feminista desde que nasci”, declarou a diretora em 2017. Varda foi uma das personalidades que assinaram, em 1971, o “Manifesto das 343”, declaração que estampou a capa da revista francesa Le Nouvel Observateur com centenas de mulheres, muitas conhecidas publicamente, que afirmavam já terem feito um aborto. O movimento deflagrou o processo que culminaria com a descriminalização do aborto no país em 1975. Seu curta documental “Resposta de Mulheres: Nosso Corpo, Nosso Sexo”, de 1975, indaga sobre o que é ser mulher. Em 1977, lançou a comédia musical “Uma Canta, a Outra Não”, que narra, através da história de duas mulheres, a emancipação feminina na virada dos anos 1960 para os 1970. A temática feminista aparece mais claramente nesses filmes. Desde a década anterior, porém, Varda já se dedicava a explorar o ponto de vista de personagens femininas sobre o mundo, na contramão dos papéis de musa em que atrizes como Anna Karina e Brigitte Bardot eram colocadas por seus colegas da Nouvelle Vague. O olhar sobre a contracultura dos anos 1960 Uma série de documentários filmados por Varda nos anos 1960, fora da França, se voltam para os acontecimentos políticos e culturais do período. São parte dessa fase um dos segmentos do filme “Longe do Vietnã”, de 1967, “Oncle Yanco”, do mesmo ano, que registra o encontro da cineasta com um parente desconhecido, um pintor hippie que vive em um barco na Califórnia, “Black Panthers”, de 1968, em que ela entrevista ativistas e registra os protestos pela libertação do pantera-negra Huey Newton, e “Saudações, Cubanos!”, de 1971, feito a partir das fotografias tiradas por Varda em sua visita à ilha em 1963, que explora a cultura e a sociedade do país após a Revolução Cubana, ocorrida em 1959. “Sempre estive à esquerda no espectro político, mas nunca numa esquerda oficial, de partido”, disse Varda à imprensa no Festival de Berlim, em 2019. “Não faço política nos meus filmes, mas o espírito deles é solidário, de estar do lado das mulheres e dos trabalhadores.” A Nouvelle Vague Varda iniciou sua carreira como fotógrafa. Havia estudado arte, fotografia, literatura e psicologia. Em uma entrevista concedida ao jornal francês Le Monde em 1962, Varda conta que, em 1954, quando trabalhava como fotógrafa do Teatro Nacional Popular, tinha a forte impressão de que as “revoluções literárias” que haviam ocorrido no século 20 ainda não haviam chegado ao cinema. “Nas minhas pesquisas, me inspirei em Faulkner, em Brecht, na tentativa de quebrar a construção da narrativa, de encontrar um tom ao mesmo tempo objetivo e subjetivo, de permitir que o espectador seja livre para julgar e participar” Agnès Varda em entrevista ao Le Monde, em 1962 Em seu primeiro longa-metragem “La Pointe-Courte”, de 1955, Varda leva um casal em crise a uma vila de pescadores e faz desenrolar, simultaneamente, a ficção de seus problemas conjugais e a vida da comunidade local, retratada com traços documentais. Filmado em Sète, cidade cercada pelo Mar Mediterrâneo, onde a família da artista se instalou em 1940, o longa contou com um orçamento reduzido. “Livre e puro”, na definição do crítico André Bazin, o filme de Varda anunciava a Nouvelle Vague, movimento que tomaria conta do cinema francês nos anos seguintes. “La Pointe-Courte” foi realizado anos antes de filmes mais frequentemente lembrados como marcos iniciais do movimento: “Os Incompreendidos”, de François Truffaut, é de 1959 e “Acossado”, de Jean-Luc Godard, de 1960. Em 1962, lançou “Cléo das 5 às 7”, definido pela cineasta como um “documentário subjetivo”: ele narra em tempo real 86 minutos na vida de uma jovem cantora que aguarda ansiosa o resultado de um exame, que, segundo acredita, lhe dará o diagnóstico de um câncer. Mais que pioneira da Nouvelle Vague, Varda era uma das raras mulheres a figurar no cinema da década de 1960. “Varda passou de quase intrusa no universo masculino da direção cinematográfica a pioneira da retomada do cinema como arte também feminina (a exemplo do início do século passado, diga-se)”, escreveu Inácio Araújo. Ele se refere ao fato de que mulheres cineastas, como Alice Guy Blaché, foram pioneiras da arte cinematográfica.

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