O diagnóstico que faço da «crise da arte contemporânea» não pode fazer-me concordar nem com os seus adversários nostálgicos nem com os seus adoradores assalariados, mas reivindico sem nenhum complexo o direito de amar esta arte e de a defender, como reivindico o direito de nela criticar um ou outro aspecto que julgo fraco, sobrevalorizado ou fabricado. Apenas não tenho um espírito religioso, nem supersticioso, nem profético, e ainda menos espírito de corpo: amo a arte contemporânea porque amo a arte simplesmente, por prazer e não para obter a minha salvação, constituir o património de amanhã, celebrar os demiurgos, impor o meu gosto ou fazer parte da gente chique.
Yves Michaud, La Crise de l’art contemporaine: Utopie, démocratie et comédie, Paris: PUF, 2011.
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