sábado, 28 de agosto de 2021

 

O Solilóquio do Rei Leopoldo, de Mark Twain, agora reeditado, é uma denúncia do genocídio promovido por um rei que tinha um quintal em África 76 vezes maior que o seu país. Um cruel monarca absoluto que explorava a riqueza e plantava sepulturas.

A denúncia dos crimes de Leopoldo II por Mark Twain, reeditada na Guerra & Paz, foi o último esforço anti-imperialista na vida do escritor. E só o ano passado, quando se assinalou o 60.º aniversário da independência do Congo Belga, o rei Filipe pediu desculpa pelos crimes do seu antepassado, expressando “o profundo arrependimento” pelas atrocidades cometidas por Leopoldo II.

Entre o ensaio e contexto histórico e biográfico António Rodrigies escreve: "Leopoldo II tornou-se soberano, proprietário e manobrador do Congo sem ter de prestar contas a ninguém. A Bélgica tinha uma monarquia constitucional, só que não era da Bélgica a colónia, mas dele próprio. Apoiado na sua legião estrangeira de sádicos, criminosos e gente sem escrúpulos para gerir a exploração no terreno; e com uma Força Pública, onde oficiais e suboficiais belgas contratados comandavam milhares de africanos do Leste e do Oeste, a impor a ordem e os trabalhos forçados com a maior das crueldades"

in jornal Público, Ípsilon, Vasco Câmara, 28/08/2021

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