domingo, 29 de junho de 2025

 QUEM ME DERA

Quem me dera ser pássaro
Cantar nas ameias dos castelos
Saber o rumo exato dos ninhos
Ignorar a certeza das fronteiras.

Quem me dera ser a nuvem passageira
Tão ligeira que o vento leva
Para o alto mar, lá longe,
Onde uma ilha emerge de repente.

Quem me dera ser a brisa que sopra
Sobre os areais marejados de lágrimas
E levam ao colo as andorinhas do mar.
Quem me dera ser ela mais as gaivotas.

Quem me dera que os oprimidos,
Os escravos e os inocentes
Se erguessem juntos outra e outra vez
E fossem pássaro, nuvem, brisa,
Cavalos vermelhos a galope nas planícies,
Andorinhas do mar, ilhas e penínsulas.
Quem me dera um amor infinito
Sem vontade de olhar para trás!

Quem me dera não ser de novo outra vez.

------------N. P. ------------------------------

Sem comentários: