segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A “leiteira”, de Johannes Vermeer

 
A “leiteira”, de facto uma empregada de cozinha, é um dos quadros mais conhecidos de Vermeer, que terá sido pintada entre as datas de 1658 e 1661, e encontra-se em Amsterdão no Museu Rijks, onde já tive oportunidade de a ver.
Rembrandt e Vermeer são os pintores mais conhecidos desta época de ouro que foi o século XVII, na Holanda. Os quadros de Vermeer “são admirados pelas suas cores transparentes, composições inteligentes e brilhantes com o uso da luz”.
Na “leiteira”, uma mulher de trabalho que lhe marca as feições e as mãos, têm-se ao longo dos anos adivinhado intenções e pensamentos
Vermeer nunca saiu da sua terra-natal, Delft, onde morreu muito pobre em 1675. A viúva viu-se na contingência, para obter uma magra pensão, de vender os quadros que ainda estavam na sua posse ao conselho municipal. Depois da sua morte, Vermeer foi esquecido por os seus quadros terem sido dispersos com a suposta autoria de outros pintores para lhes aumentar o valor comercial. Só em 1866, W. Burger viria a revelar a autoria de 75 quadros, dos quais só restarão 45.
Via: antreus http://bit.ly/2kECt6k

terça-feira, 17 de janeiro de 2017


Só hoje conheci este génio, só hoje me foi possível extasiar com a sua obra. Para nos libertarmos da ignorância vamos abrindo janelas e desbravando caminhos, e nessa fuga somos por vezes obrigados a parar por instantes que seja, encandeados por clarões de génio.
 
 (Lágrimas de sangue)
(Ternura)
« Pelas crianças que morrem brincando
Pelos homens que desfalecem trabalhando
Pelos pobres que fracassam amando
Pintarei com gritos de metralha,
com potência de raio e com fúria de batalha.»
Guayasamin
Via: as palavras são armas http://bit.ly/2jDxfIw

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

1/01/2017 · por · in Cultura, Voar Fora da Asa
Carta
Jesus Cristo Jesus Cristo
Jesus Cristo, meu irmão
Sou fio dos pais da terra
Tenho corpo p’ra sofrer
Boca Para gritar
E comer o que comer
Os meus pés que vão
No chão
Minhas mãos são de trabalho
Em coisas que eu não sei
E não tenho nem apalpo
Trabalho que fica jeito
Para o branco me dizer
“Obra de preto sem jeito”
E minha cubata ficou
Aberta à chuva e ao vento
Vivo ali tão nu e pobre
Magrinho como o pirão
Meus fios saltam na rua
Joga o rapa sai ladrão
Preto ladrão sem imposto
Leva porrada nas mãos
Vai na rusga trabalhar
Se é da terra vai para o mar
Larga a lavra deixa os bois
Morre os bois … e depois?
Se é caçador de palanca
Se é caçador de leão
Isso não faz mal nenhum
Lança as redes no mar
Não sai leão sai atum …
Jesus Cristo Jesus Cristo
Jesus Cristo meu irmão
Sou fio dos pai da terra
Um pouco de coração
De coração e perdão
Jesus Cristo meu irmão.
Via: voar fora da asa http://bit.ly/2j1ZuRn

sábado, 7 de janeiro de 2017


PATER NOSTER
Notre Père qui êtes aux cieux
Restez-y
Et nous nous resterons sur la terre
Qui est quelquefois si jolie
Avec ses mystères de New York
Et puis ses mystères de Paris
Qui valent bien celui de la Trinité
Avec son petit canal de l’Ourcq
Sa grande muraille de Chine
Sa rivière de Morlaix
Ses bêtises de Cambrai
Avec son océan Pacifique
Et ses deux bassins aux tuileries
Avec ses bons enfants et ses mauvais sujets
Avec toutes les merveilles du monde
Qui sont là
Simplement sur la terre
Offertes à tout le monde
Eparpillées
Emerveillées elles-mêmes d’être de telles merveilles
Et qui n’osent se l’avouer
Comme une jolie fille nue qui n’ose se montrer
Avec les épouvantables malheurs du monde
Qui sont légion
Avec leurs légionnaires
Avec leurs tortionnaires
Avec les maîtres de ce monde
Les maîtres avec leurs prêtres leurs traîtres et leurs reîtres
Avec les saisons
Avec les années
Avec les jolies filles et avec les vieux cons
Avec la paille de la misère pourrissant dans l’acier des canons.
Jacques Prévert
Via: voar fora da asa http://bit.ly/2hYF9iF