domingo, 11 de dezembro de 2011

A Fome


Escultura na cidade de Kiev, Ucrânia - in Viajologia.blogspot.com (Foto de Harold Castro)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

GREVE


Sir Hubert Von Herkomer, Em greve, óleo sobre tela.


prosimetron.blogspot.com

Tam. original

300 × 604 (Do mesmo tamanho1.2x maior), 56KB

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Júlio Resende

Diplomou-se em Pintura em 1945 pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde foi discípulo de Dórdio Gomes. Fez a sua primeira aparição pública em 1944 na I Exposição dos Independentes. Em 1948 partiu para Paris, recebendo formação de Duco de la Haix e de Otto Friez. O trabalho produzido em terras gaulesas é exposto em Portugal em 1949 e as propostas actualizadas que Resende demonstra são acusadas pelos artistas portugueses, definindo a sua vocação de expressionista. Assimilou algum cubismo, vai construir na sua fase alentejana, e mais tarde no Porto, uma pintura caracterizada pela plasticidade e dinâmica, de malhas triangulares ou quadrangulares, aproximando-se de forma progressiva da não figuração. Do geometrismo ao não figurativismo, do gestualismo ao neofigurativo, a sua arte desenvolve-se numa encruzilhada de pesquisas, cuja dominante será sempre expressionista e lírica. Pintor de transição entre o figurativo e o abstracto, Resende distingue-se também como professor , trazendo à escola do Porto um novo espírito aos alunos que a frequentaram na década de 1960.


A obra pictórica de Júlio Resende revela que ele compreendeu a pintura europeia, porque a observou, experimentou e soube transmitir aos pintores e aos alunos que ele formou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto.

Morreu, no dia 21 de Setembro de 2011, aos 93 anos.


 Principais obras

Caminhantes (1950)

Lavadeira (1951)

Mendigos (1954)

Moça (1982)

Ribeira Negra (1984)

 Prémios
Júlio Resende, devido à sua vasta obra, foi agraciado com vários prémios, entre os quais:

Prémio Nacional de Pintura da Academia de Belas-Artes.

Prémio Armando de Basto .

Prémio Sousa Cardoso.

Prémio Especial da Bienal de Arte de S. Paulo.

Primeiro lugar no Concurso para o Monumento ao Infante D. Henrique (com o projecto Mar Novo).

Medalha de prata na Exposição Internacional de Bruxelas.

1.º Prémio de Artes Gráficas na X Bienal de S. Paulo e Ordem de Mérito Civil do Rei de Espanha (1981).

Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (1997).

 Memórias“... Mas eu queria, efectivamente, ser pintor! Talvez o destino me tenha proporcionado o primeiro passo. Aurora Jardim, figura conhecida nos meios literários e jornalísticos do Porto, intercedera junto do pintor Alberto Silva que dirigia, então, a Academia Silva Porto, para que eu viesse a frequentar as lições de pintura aí ministradas. Comprei a primeira caixa de tintas «a sério», e aprendi a colocar as cores na paleta, segundo as boas regras." - Júlio Resende

in wikipédia

Morreu o pintor Júlio Resende

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

William Turner- O navio dos escravos

SLAVERS THROWING OVERBOARD THE DEAD AND DYING,


a(n) Joseph Mallord William Turner paintings

domingo, 11 de setembro de 2011

Vermeer

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...



Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...


E ter paciência para que a vida faça o resto...

William Shakespeare

sábado, 10 de setembro de 2011

MANUEL DA FONSECA

Tu e Eu Meu Amor

Tu e eu meu amor



meu amor eu e tu


que o amor meu amor


é o nu contra o nu.






Nua a mão que segura


outra mão que lhe é dada


nua a suave ternura


na face apaixonada


nua a estrela mais pura


nos olhos da amada


nua a ânsia insegura


de uma boca beijada.






Tu e eu meu amor


meu amor eu e tu


que o amor meu amor


é o nu contra o nu.






Nu o riso e o prazer


como é nua a sentida


lágrima de não ver


na face dolorida


nu o corpo do ser


na hora prometida


meu amor que ao nascer


nus viemos à vida.






Tu e eu meu amor


meu amor eu e tu


que o amor meu amor


é o nu contra o nu.






Nua nua a verdade


tão forte no criar


adulta humanidade


nu o querer e o lutar


dia a dia pelo que há-de


os homens libertar


amor que a eternidade


é ser livre e amar.






Tu e eu meu amor


meu amor eu e tu


que o amor meu amor


é o nu contra o nu.






Manuel da Fonseca, in "Poemas para Adriano"

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

NICOLÁS GUILLÉN (Poeta cubano)

 





LOS BURGUESES

No me dan pena los burgueses vencidos.

Y cuando pienso que van a dar me pena,

aprieto bien los dientes, y cierro bien los ojos.


Pienso en mis largos días sin zapatos ni rosas,

pienso en mis largos días sin sombrero ni nubes,

pienso en mis largos días sin camisa ni sueños,

pienso en mis largos días con mi piel prohibida,

pienso en mis largos días


No pase, por favor, esto es un club.

La nómina está llena.

No hay pieza en el hotel.

El señor ha salido.


Se busca una muchacha.

Fraude en las elecciones.

Gran baile para ciegos.


Cayó el premio mayor en Santa Clara.

Tómbola para huérfanos.

El caballero está en París.

La señora marquesa no recibe.

En fin

Que todo lo recuerdo y como todo lo recuerdo,

¿qué carajo me pide usted que haga?

Además, pregúnteles,

estoy seguro de que también
recuerdan ellos.



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

David Mourão Ferreira

Ternura


Desvio dos teus ombros o lençol,



que é feito de ternura amarrotada,


da frescura que vem depois do sol,


quando depois do sol não vem mais nada...






Olho a roupa no chão: que tempestade!


Há restos de ternura pelo meio,


como vultos perdidos na cidade


onde uma tempestade sobreveio...






Começas a vestir-te, lentamente,


e é ternura também que vou vestindo,


para enfrentar lá fora aquela gente


que da nossa ternura anda sorrindo...






Mas ninguém sonha a pressa com que nós


a despimos assim que estamos sós!





David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal"


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

BIOY CASARES

Adolfo Bioy Casares



Escritor argentino de renome, Adolfo Bioy Casares nasceu a 15 de setembro de 1914, em Buenos Aires.

Aos 11 anos escreveu a sua primeira novela, Iris y Margarita, dedicada a uma prima por quem esteve terrivelmente apaixonado.

Aos 14 anos escreveu Vanidad o Una Aventura Terrorífica, um conto que toca o género do fantástico e do policial.

Em 1932 (com 18 anos) conheceu, em casa de Victoria Ocampo (uma amiga escritora) aquele que viria a ser o seu grande amigo e colaborador em obras: Jorge Luis Borges. Dois anos mais tarde, em 1934, conheceu Silvina Ocampo (irmã da sua amiga Victoria) que, juntamente com Borges, conseguiu convencer Bioy Casares a abandonar os estudos e dedicar-se inteiramente à escrita. Bioy Casares acabou por casar-se com Silvina Ocampo em 1940. Nesse mesmo ano publicou La Invención de Morel, a sua obra mais famosa que é hoje considerada um clássico da literatura contemporânea.

Bioy Casares e Borges formam, durante anos, uma dupla extraordinária que os levou à produção de obras de referência como: Un modelo para la muerte (1946), Libro del cielo y del Inferno (?) e as Crónicas de Bustos Domecq (1967) - a maioria das quais estão assinadas por esse pseudónimo que lhes era comum: Bustos Domecq.

Em 1954, ano em que publicou El sueño de los héroes, nasceu a sua filha Marta.

Em 1969 é publicada a obra Diario de la guerra del cerdo, posteriormente adaptada a cinema por Leopoldo Torre Nilson.

Entre diversos prémios e galardões, Bioy Casares recebeu o Prémio Municipal de Literatura em 1941, o Prémio Nacional de Literatura em 1970, o Gran Premio de Honor da SADE (Sociedad Argentina De Escritores) em 1975, é nomeado Membro da Legião de Honra de França em 1981, recebe o Prémio "Esteban Etcheverría" de gente de Letras em 1984, recebendo também nesse mesmo ano o Prémio Mondello (Itália), é nomeado Cidadão Ilustre da Cidade de Buenos Aires em 1986, recebendo também nesse mesmo ano o Prémio do Instituto Latino-americano de Roma, e galardoado com o Prémio Cervantes de Literatura em 1990, recebeu o Prémio Grinzane Cavour (Turin, Itália) em 1992, foi galardoado com o Prémio Gran Maestro de la Ciencia Ficcción, atribuído pela CACyF (Circulo Argentino de Ciencia-Ficción y Fantasia) em 1995, tendo recebido também nesse mesmo ano o Prémio Roger Caillois (França).

Em dezembro de 1993 viu a tragédia abater-se sobre o seu lar: sua mulher Silvina morre nesse mês e, passados apenas poucos dias, Marta (sua filha única) morre atropelada.

Considerado por Jorge Luis Borges como um dos maiores escritores argentinos de ficção, Bioy Casares é autor de uma vasta obra onde a fantasia e a realidade se sobrepõem com uma harmonia magistral. A impecável construção dos seus relatos é, talvez, a característica pela qual é referido pela crítica com mais frequência.

Todos os seus companheiros escritores, argentinos e de outras partes sul-americanas, são unânimes em afirmar que Adolfo Bioy Casares foi um dos mais perfeitos escritores argentinos.

Homem naturalmente feliz, satisfeito com a vida e exímio conhecedor dos prazeres que esta lhe proporcionava, transportou para os seus textos, com sabedoria única, esse espírito de gozo pelo prazeres e pela beleza da vida humana. Bioy Casares era visto, tanto pelos seus companheiros como pela crítica em geral, como um homem com uma dimensão humana fora do comum, com um excelente coração, uma gentileza e um trato do mais fino requinte.

Escritor original, soube como poucos apresentar uma Buenos Aires nada realista, desprovida de adornos, optando assim por um estilo excecional de descrever as suas coisas.

Juntamente com outros escritores da sua geração - nomeadamente Julio Cortázar (1914-1984), Jorge Luis Borges (1899-1986) e Ernesto Sábato (1911- ) - Bioy Casares formou uma plêiade de letrados ilustres do século das letras argentinas.

A sua extensa produção - que inclui colaboração do seu grande amigo Borges em contos escritos com o pseudónimo de H. Bustos Domecq - teve como ponto alto a obra La Invención de Morel e a obtenção do Prémio Cervantes em 1992 com essa mesma obra.

Bioy Casares era considerado um dos escritores mais importantes em língua castelhana do século XX e um dos autores argentinos de maior prestígio internacional.

O último título publicado de Adolfo Bioy Casares foi a novela breve De un mundo a outro (1998) e, segundo afirmou pouco depois da sua segunda hospitalização em fevereiro de 1999, esperava terminar uma nova novela sobre o tema da amizade, a partir de uma história sobre dois amigos e os seus filhos.

A 8 de março de 1999 Adolfo Bioy Casares morreu numa clínica de Buenos Aires, vítima de uma insuficiência respiratória e coronária.

A crítica é hoje unânime em afirmar que Bioy Casares apostou no humor e na ironia como forma de contrabalançar e até mesmo escapar à dureza da realidade vivida em Buenos Aires.

Bioy Casares tem a sua obra traduzida em 16 idiomas, talvez até pelo facto de toda ela abordar temas de profundidade filosófica e intelectual, desde a perspetiva do relato ou da novela fantástica.

Adolfo Bioy Casares - Infopédia



www.infopedia.pt/$adolfo-bioy-casares



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Julio Cortazar

Bibliografia em português:

Discurso do Urso
Histórias de Cronocópios de Fames
Queremos Tanto a Julio: 20 autores para Cortazar
Ultimo Round
Rayuela
Bestiário
Papéis Inesperados

JÚLIO CORTÁZAR

BOLERO




Qué vanidad imaginar

que puedo darte todo, el amor y la dicha,

itinerarios, música, juguetes.

Es cierto que es así:

todo lo mío te lo doy, es cierto,

pero todo lo mío no te basta

como a mí no me basta que me des

todo lo tuyo.



Por eso no seremos nunca

la pareja perfecta, la tarjeta postal,

si no somos capaces de aceptar

que sólo en la aritmética

el dos nace del uno más el uno.



Por ahí un papelito

que solamente dice:



Siempre fuiste mi espejo,

quiero decir que para verme tenía que mirarte.



Y este fragmento:



La lenta máquina del desamor

los engranajes del reflujo

los cuerpos que abandonan las almohadas

las sábanas los besos



y de pie ante el espejo interrogándose

cada uno a sí mismo

ya no mirándose entre ellos

ya no desnudos para el otro

ya no te amo,

mi amor.

domingo, 31 de julho de 2011

JÚLIO CORTÁZAR

Obras principais

Presencia, 1938 (sonetos) (Sob o pseudônimo Julio Denis)

La otra orilla, 1945.

Los reyes, 1949 (teatro) (Os Reis)

Bestiario, 1951 (cuentos) (Bestiário, 1986, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

Final del juego, 1956 (cuentos) (Final de Jogo)

Las armas secretas, 1959 (cuentos) (As Armas Secretas, 1994, Rio de Janeiro: José Olympio). Faz parte desse livro o conto Las babas del diablo (As Babas do Diabo), que inspirou Antonioni para o filme "Blow-up".

Los premios, 1960 (novela) (Os Prêmios, 1983, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira)

Historias de cronopios y de famas, 1962 (misceláneas) (Histórias de Cronópios e de Famas, 1964, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Valise de Cronópio, 1974, São Paulo: Perspectiva)

Carta a una señorita en París, 1963

Rayuela, 1963 (novela) (O Jogo da Amarelinha, 1994, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira)

La autopista del Sur, 1964

Todos los fuegos el fuego, 1966 (cuentos) (Todos os Fogos o Fogo, 1994, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira)

La vuelta al día en ochenta mundos, 1967 (cuentos).

El perseguidor y otros cuentos, 1967 (cuentos).

Buenos Aires, Buenos Aires, 1967

62/modelo para armar, 1968 (novela) (62/ Modelo para Armar)

Casa tomada, 1969.

Último round, 1969.

Relatos, 1970.

Viaje alrededor de una mesa, 1970.

La isla a mediodía y otros relatos, 1971.

Pameos y meopas, 1971 (poemas).

Prosa del observatorio, 1972 (Prosa do Observatório, 1974, São Paulo: Perspectiva)

Libro de Manuel, 1973 (novela) (O livro de Manuel, 1984, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

La casilla de los Morelli, 1973.

Octaedro, 1974 (cuentos) (Octaedro, 1986, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira)

Fantomas contra los vampiros multinacionales, cómic, 1975.

Estrictamente no profesional, 1976.

Alguien que anda por ahí, 1977 (cuentos) (Alguém que anda por aí, 1981, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

Territorios, 1979 (cuentos).

Un tal Lucas, 1979 (cuentos) (Um tal Lucas, 1982, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

Queremos tanto a Glenda, 1980 (cuentos) (Um dos contos foi publicado no Brasil, sob o título Orientação dos Gatos, 1981, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

Deshoras, 1982 (cuentos) (Fora de Hora, 1984, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

Los autonautas de la cosmopista, 1982 (Os Autonautas da Cosmopista) – Em colaboração com Carol Dunlop, sua companheira.

Nicaragua tan violentamente dulce, 1983 (Nicarágua tão Violentamente Doce, 1987, São Paulo: Brasiliense)

Silvalandia (baseado em ilustrações de Julio Silva), 1984.

Salvo el crepúsculo, 1984 (poesía).

Divertimento, 1986 (obra póstuma) (Divertimento)

El examen, 1986 (novela, obra póstuma) (O Exame Final, s.d., Rio de Janeiro: José Olympio)

Diário de Andrés Fava, 1995 (Diário de Andres Fava, s.d., Rio de Janeiro: José Olympio)

Adiós Robinson y otras piezas breves (teatro), 1995 (Adeus, Robinson e Outras Peças Curtas, 1997, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira)

Obra Crítica, editada em 1998, no Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
Obras principaisPresencia, 1938 (sonetos) (Sob o pseudônimo Julio Denis)


La otra orilla, 1945.

Los reyes, 1949 (teatro) (Os Reis)

Bestiario, 1951 (cuentos) (Bestiário, 1986, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

Final del juego, 1956 (cuentos) (Final de Jogo)

Las armas secretas, 1959 (cuentos) (As Armas Secretas, 1994, Rio de Janeiro: José Olympio). Faz parte desse livro o conto Las babas del diablo (As Babas do Diabo), que inspirou Antonioni para o filme "Blow-up".

Los premios, 1960 (novela) (Os Prêmios, 1983, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira)

Historias de cronopios y de famas, 1962 (misceláneas) (Histórias de Cronópios e de Famas, 1964, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Valise de Cronópio, 1974, São Paulo: Perspectiva)

Carta a una señorita en París, 1963

Rayuela, 1963 (novela) (O Jogo da Amarelinha, 1994, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira)

La autopista del Sur, 1964

Todos los fuegos el fuego, 1966 (cuentos) (Todos os Fogos o Fogo, 1994, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira)

La vuelta al día en ochenta mundos, 1967 (cuentos).

El perseguidor y otros cuentos, 1967 (cuentos).

Buenos Aires, Buenos Aires, 1967

62/modelo para armar, 1968 (novela) (62/ Modelo para Armar)

Casa tomada, 1969.

Último round, 1969.

Relatos, 1970.

Viaje alrededor de una mesa, 1970.

La isla a mediodía y otros relatos, 1971.

Pameos y meopas, 1971 (poemas).

Prosa del observatorio, 1972 (Prosa do Observatório, 1974, São Paulo: Perspectiva)

Libro de Manuel, 1973 (novela) (O livro de Manuel, 1984, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

La casilla de los Morelli, 1973.

Octaedro, 1974 (cuentos) (Octaedro, 1986, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira)

Fantomas contra los vampiros multinacionales, cómic, 1975.

Estrictamente no profesional, 1976.

Alguien que anda por ahí, 1977 (cuentos) (Alguém que anda por aí, 1981, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

Territorios, 1979 (cuentos).

Un tal Lucas, 1979 (cuentos) (Um tal Lucas, 1982, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

Queremos tanto a Glenda, 1980 (cuentos) (Um dos contos foi publicado no Brasil, sob o título Orientação dos Gatos, 1981, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

Deshoras, 1982 (cuentos) (Fora de Hora, 1984, Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

Los autonautas de la cosmopista, 1982 (Os Autonautas da Cosmopista) – Em colaboração com Carol Dunlop, sua companheira.

Nicaragua tan violentamente dulce, 1983 (Nicarágua tão Violentamente Doce, 1987, São Paulo: Brasiliense)

Silvalandia (baseado em ilustrações de Julio Silva), 1984.

Salvo el crepúsculo, 1984 (poesía).

Divertimento, 1986 (obra póstuma) (Divertimento)

El examen, 1986 (novela, obra póstuma) (O Exame Final, s.d., Rio de Janeiro: José Olympio)

Diário de Andrés Fava, 1995 (Diário de Andres Fava, s.d., Rio de Janeiro: José Olympio)

Adiós Robinson y otras piezas breves (teatro), 1995 (Adeus, Robinson e Outras Peças Curtas, 1997, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira)

Obra Crítica, editada em 1998, no Rio de Janeiro: Civilização Brasileira

Ficheiro:Cortázar.jpg

quinta-feira, 28 de julho de 2011

MÚSICA - Gustav Mahler

Gustav Mahler (Kalischt, Boêmia, 7 de Julho de 1860 — Viena, 18 de Maio de 1911) foi um regente austríaco e compositor. Atualmente, Mahler costuma ser visto como um dos maiores compositores, lembrado por ligar a música do século XIX com o período moderno, e por suas grandes sinfonias e ciclo de canções sinfônicas, como, por exemplo, Das Lied von der Erde (A Canção da Terra). É considerado também um exímio orquestrador, por usar combinações de instrumentos e timbres que pudessem expressar suas intenções de forma extremamente criativa, original e profunda. Suas obras (principalmente as sinfonias) são geralmente extensas e com orquestração variada e numerosa. Mahler procura romper os limites da tonalidade, posto que em muitas de suas obras há longos trechos que parecem não estar em tom algum. Outra característica marcante das obras de Mahler é um certo caráter sombrio, algumas vezes ligado ao funesto.

Primeiros anosEm 7 de Julho de 1860, no pequeno burgo de Kalischt (hoje Kaliště, em checo), na região da Boêmia, numa região que não ficava muito longe da fronteira da Morávia, nasceu Gustav Mahler. Seus pais foram Marien Hermann (1837-1889) e Bernhard Mahler (1827-1889).


O primeiro filho dos Mahler, Isidor, nascido em 1858, sofreu um acidente ainda durante a infância e morreu. Gustav Mahler, o segundo, tornou-se, assim, o filho mais velho vivo. Os Mahler tiveram ao todo catorze filhos, contudo oito não chegaram a atingir a fase adulta.

Gustav e sua família eram judeus e fazia muito faziam parte de uma minoria alemã que vivia na Boêmia. Anos mais tarde, Gustav Mahler lembraria essa condição: "Sou três vezes apátrida! Como natural da Boêmia, na Áustria; como austríaco, na Alemanha; como judeu, no mundo inteiro. Em toda parte um intruso, em nenhum lugar desejado!"

Bernhard, o pai, era estalajadeiro e comerciante de licores, desejava uma posição melhor na vida, e procurava estimular a ambição nos filhos. A mãe, Marie, manca, proveniente de uma família pobre, filha de um fabricante de sabão, havia sofrido várias decepções amorosas durante a juventude. Ela casou-se forçada com Bernhard e procurava contentar-se com aquilo que tinha.
O relacionamento entre os pais de Gustav não era muito bom e a atmosfera do lar era pesada, o que influenciou psicologicamente Gustav pelo resto da vida. O pai de Mahler tinha um caráter violento e costumava maltratar a esposa. Sobre eles, Mahler disse certa vez: "Meus pais se davam como o fogo e a água. Ele era um teimoso; ela, a própria candura. Sem essa aliança, nem eu, nem minha Terceira (sinfonia) existiríamos. Quando eu penso nisso, sempre experimento uma estranha sensação."
Em Dezembro de 1860, alguns meses após o nascimento de Gustav, a família mudou-se para Jihlava (Iglau) na Morávia, em busca de uma vida melhor.
Em Jihlava, o exército austríaco era uma presença constante. As marchas e toques de recolher dos soldados ouvidas pelo jovem Gustav marcaram-no bastante, a tal ponto de ele ter feito uso deles futuramente em suas composições.

Gustav Mahler, ficou reconhecido por utilizar, uma diversa de musicos, em varias obras suas, criando assim estruturas e melodias musicais únicas.

Formação musical
Gustav Mahler teve as suas primeiras lições musicais, de piano, em 1866, aos 6 anos de idade. Seu primeiro professor foi um mestre-capela do teatro de Jihlava, conhecido como Viktorin. Em 1869, ele passou a ter lições de piano com um pianista chamado Brosch.

Por essa época, o próprio Gustav começou a dar aulas para um outro garoto mais novo.
Em 13 de outubro de 1870, Gustav Mahler deu o seu primeiro recital em público, em Jihlava.
Em 1871, começou a estudar no Gymnasium de Praga e hospedou-se na casa dos pais de Alfred e Heinrich Grünfeld, futuros músicos. Gustav não foi bem tratado na casa dos Grünfeld. Ele era mal alimentado e foi obrigado a trocar suas roupas e sapatos por outros artigos de pior qualidade. Um dia, dentro da casa dos Grünfeld, Gustav, inadvertidamente, presenciou uma cena amorosa brutal entre a criada e um dos filhos dos Grünfeld. Gustav tentou socorrer a moça, porque pensou que ela precisava de ajuda, todavia os dois amantes o xingaram e o maltrataram. Segundo Alma, esposa de Gustav Mahler, essa cena chocou-o muito e ele nunca teria perdoado o rapaz.
O pai de Mahler, depois de tomar conhecimento da situação ruim do filho na casa da família Grünfeld, resolveu trazê-lo de volta para Jihlava, em Março de 1872. Em Jihlava as lições musicais prosseguiram. Gustav também lia bastante e para isso contou com a ajuda do pai, que possuía uma boa biblioteca.
Em 1875, durante uma audição, o professor de piano do Conservatório de Viena, Julius Epstein (1832-1926), exclamou: Gustav é um músico nato… É impossível que eu esteja errado. Em 20 de Setembro de 1875, aos 15 anos, Gustav Mahler ingressou no Conservatório de Viena, onde permaneceu por três anos. Por essa época, ele também começou a escrever uma ópera, chamada Herzog Ernst von Schwaben.

No conservatório, Gustav teve aulas de piano com Epstein, de composição com Franz Krenn (1816-1897) e de harmonia com Robert Fuchs (1847-1925). O diretor do conservatório era Joseph Hellmesberger (1828-1893), 47 anos, regente, violonista, considerado personagem pitoresco, fundador de um famoso quarteto de cordas e anti-semita.
Entre os colegas de Mahler no conservatório estavam Hugo Wolf, Hans Rott e Rudolf Krzyzanowski, o amigo mais íntimo. Todos eles eram pobres, contudo Mahler conseguia arrecadar um pouco mais de dinheiro porque trabalhava como professor de música e recebia mantimentos e roupas de seus pais. Mesmo assim, precisou pedir em 1876 ao conservatório uma isenção do pagamento da mensalidade anual. Julius Epstein apoiou Gustav e este pagou apenas metade do valor. Epstein continuou a ajudar Mahler e lhe arrumou mais alunos para piano, chegando inclusive a indicar o próprio filho.

Em 1876, Gustav recebeu vários prêmios de composição e piano. Em 10 de Julho, em Viena, executou o seu Quinteto para Piano e em 12 de Setembro apresentou a sua Sonata para Violino, em Jihlava.

A amizade com Bruckner

Por volta de 1876, Richard Wagner (1813-1883) encontrava-se em um dos pontos mais altos da carreira, e ao mesmo tempo Anton Bruckner (1824-1896) começava a chamar a atenção. Em evidência estava também a figura de Johannes Brahms (1833-1897) que era levada por seus fãs a chocar-se contra as outras duas personagens.



Gustav e seus amigos do conservatório tinham grande admiração por Bruckner. Bruckner, que na época tinha 52 anos, era receptivo aos jovens e costumava ir aos concertos com eles. A amizade e admiração que Mahler teve por Bruckner fez com que muitos tivessem imaginado que este teria sido aluno daquele na universidade, o que não ocorreu, ainda que Mahler tivesse se matriculado em vários cursos só para poder ouvir as conferências de Bruckner.
Sobre seu relacionamento com Bruckner, Mahler escreveu em 1902:

Nunca fui aluno de Bruckner. Todos pensavam que estudei com ele porque em meus dias de estudante em Viena era visto freqüentemente em sua companhia e por isso me incluíam entre seus primeiros discípulos. A disposição feliz de Bruckner e sua natureza infantil e confiante fizeram do nosso relacionamento uma amizade franca, espontânea. Naturalmente, a compreensão que obtive então de seus ideais não pode ter deixado de influenciar meu desenvolvimento como artista e como homem.

Em 16 de Dezembro de 1877 a Orquestra Filarmônica de Viena executou a segunda versão da Terceira Sinfonia de Bruckner, sob sua própria regência. A apresentação não foi bem recebida pelo público e muitas pessoas chegaram até a deixar o recinto antes do final. A admiração de Mahler e seu amigo Rudolf Krzyzanowski serviu de consolo para Bruckner, que lhes confiou depois o trabalho de escrever um arranjo da sinfonia para dois pianos. Julius Epstein supervisionou os estudantes, e em 1878 foi publicada por o trabalho deles. Bruckner ficou contente e em reconhecimento presenteou Mahler com o manuscrito da segunda versão.



[editar] A carreira de regenteEm Julho de 1878, então com 18 anos, Gustav Mahler obteve o diploma do Conservatório de Viena, após um período que pode ser considerado bem sucedido, tendo em vista os prêmios que recebeu durante sua estada. No mesmo ano, matriculou-se em Jihlava. Dividiu seu tempo a dar aulas de piano, e começou a escrever a letra de uma cantata chamada Das klagende Lied (A Canção do Lamento). No Outono de 1878 retornou à Viena para assistir a aulas de Filosofia e História da Pintura na universidade.

Em 1879, trabalhou como professor de piano na Hungria e em Viena.
Em Junho de 1880, Mahler decidiu trabalhar por três meses como maestro do teatro de Hall, estação de águas da Alta Áustria, onde dirigiu farsas e operetas. Mahler não tinha demonstrado anteriormente desejo em tornar-se regente. Alguns esperavam que ele se tornasse pianista, por causa de seu ótimo desempenho, principalmente em obras de Beethoven e Bach.
O trabalho no teatro Hall era modesto e a Mahler era confiada também outras tarefas, como por exemplo, fazer a faxina do fosso da orquestra, após o espetáculo.
Em Setembro ele saiu do emprego e foi para Viena. Em 1 de Novembro, terminou sua cantata Das Klagende Lied.
Em 1881, com 21 anos, inscreveu-se para o Prêmio Beethoven, que oferecia 500 florins e fora instituído pela Sociedade dos Amigos da Música (Gesellshaft der Musikfreund). Podiam participar do concurso alunos e ex-alunos do Conservatória. O júri contava com Hans Richter, Carl Goldmark e Brahms. Mahler disputou com a cantata Das klagende Lied, uma obra dramática, influenciada pelo romantismo fantástico alemão, que tinha escrito com entusiasmo, mas perdeu.

Ainda em 1881, trabalhou como regente em Laibach e em 1882 em Jihlava. Em janeiro de 1883, recebeu um telegrama que convidou-o a reger em Olmültz, na Morávia, em substituição a um maestro que havia falecido. Em Olmültz inicia-se de fato a carreira de Mahler como maestro.

As condições de trabalho em Olmültz eram muito ruins e o jovem regente era obrigado a improvisar. Seu ótimo desempenho e peculiar forma em dirigir chamou a atenção.

Em Setembro de 1883 Gustav assumiu o cargo de regente substituto do Teatro da Corte em Kassel e ficou em Kassel até abril de 1885.

Em seguida, foi regente em Praga (1885-1886) e em Leipzig (outono de 1886 a maio de 1888).

Enquanto esteve em Praga, notabilizou-se pela ótima interpretação das óperas de Mozart e Wagner.

Em Setembro de 1888, Mahler assumiu o posto de diretor da Ópera Real de Budapeste, onde teve grande liberdade para trabalhar, além da responsabilidade de salvar a companhia da falência.

Seu trabalho com a Ópera Real foi coroado de êxito e ele mostrou ser, além de grande regente, um excelente administrador. Tanto o público como os lucros da companhia aumentaram. Em Janeiro de 1891, Brahms teria assistido a uma apresentação de Don Giovanni, de Mozart e dito que nunca antes assistira a um espetáculo de nível tão elevado.

Por essa época Mahler estudou com afinco Literatura e Filosofia, para completar a sua formação intelectual. Entre os autores lidos por ele constam Fiódor Dostoiévski, Jean Paul e Nietzsche. Ele também estudara a coleção de poemas folclóricos Des Knaben Whuderhorn (A Cornucópia do Menino).

Em 14 de Março de 1891, devido a diferenças no trabalho, Mahler pediu a demissão em Budapeste. Em 29 de Março do mesmo ano, assumiu como regente titular do Teatro Municipal de Hamburgo, onde permaneceu por seis anos. Durante a época em que esteve em Hamburgo, a partir de 1894, começou a ter como assistente um jovem chamado Bruno Walter, que anos mais tarde notabilizaria-se como um grande regente e um dos melhores intérpretes das suas obras.



Por essa época, Mahler planejava obter um emprego na Ópera da Corte de Viena. Visitava o influente Brahms várias vezes em busca de apoio. Infelizmente, havia um sentimento de que não-católicos e, principalmente, judeus não deviam ocupar cargos na Ópera de Viena. Em 1897, Mahler, que não era um judeu praticante, converteu-se ao Catolicismo. Além de ser conveniente para sua ascensão profissional, o Cristianismo atraía Mahler pelo fato de oferecer uma promessa de redenção, após uma fase de sofrimentos.

Em Viena
Em 1 de Maio, com 37 anos, Gustav foi nomeado Kappellmeister da Ópera da Corte de Viena. Em 13 de Julho tornou-se subdiretor e em 8 de Outubro diretor. Em Viena teve início a parte mais prestigiosa e mais importante da sua carreira.

 Da Europa para os Estados Unidos
Durante 10 anos, Mahler permaneceu em Viena onde passou a ser considerado um grande perfeccionista.

Durante os ensaios, mesmo quando os músicos tinham desempenhos brilhantes, ele exigia mais, o que algumas vezes gerava tensão. Mahler costumava dizer: tradição é desordem… No plano humano faço todas as concessões; no plano artístico, nenhuma. Não posso suportar os que se desleixam, só os que exageram me interessam. Essa maneira de ser fez com que ganhasse tantos admiradores, quanto inimigos.



Ele dirigia a Ópera de Viena durante nove meses por ano, e passava as férias compondo, a maior parte em Maiernigg, onde tinha uma pequena casa em Wörthersee. Nesse local ele compôs as sinfonias 4,5,6,7 e 8, mais as cinco canções do Rückert-Lieder, ou Kindertotenlieder (Canções das Crianças Mortas), e as últimas canções dos textos de Des Knaben Wunderhorn (A Cornucópia do Menino), intituladas Der Tambourg'sell.

Em 7 de Novembro de 1901, Mahler conheceu a filha do pintor Emil Schindler, Alma Schindler (1879-1964), que era cerca de 20 anos mais nova. Em 9 de Março de 1902 os dois se casaram.
O casal Mahler teve duas filhas, Anna (1904-1988) que depois se tornou escultora, e Maria Anna (1902-1907) que morreu de difteria em 1907. Neste mesmo ano, Mahler descobriu que tinha uma doença cardíaca (infective endocarditis) e perdeu o emprego na Ópera.

Sua demissão foi em parte provocada pela reação da imprensa anti-semita, principalmente após uma tentativa fracassada de promover a sua música. Em sua época, a Quarta Sinfonia chegou até a ser bem recebida por algumas pessoas, mesmo assim, Mahler nunca foi um grande sucesso. Ele teve um pouco mais de reconhecimento somente após a execução da Oitava Sinfonia, em 1910. As obras que escreveu depois não chegaram a ser executadas, enquanto esteve vivo.

Depois que saiu da Ópera de Viena, Mahler aceitou um convite para dirigir a Ópera Metropolitana de Nova Iorque (Metropolitan Opera). Em 21 de Dezembro de 1907 ele chegou a Nova Iorque. Sua estreia na Metropolitana ocorreu em 1 de Janeiro de 1908 com "Tristão e Isolda". Nessa época Mahler tinha 48 anos.

Gustav Mahler dirigiu o Metropolitan durante a temporada de 1908 e só foi deixado de lado em favor de Arturo Toscanini. Durante as férias, como de costume, ele trabalhava em suas composições. No verão de 1908, em Toblach Mahler terminou Das Lied von der Erde (A Canção da Terra).

 Últimos anos
Em 1909 Mahler desligou-se do Metropolitan e aceitou contrato de três anos com a recém-organizada Filarmônica de Nova Iorque (New York Philharmonic Orchestra). No verão, de volta à Europa, posou para o artista Rodin em Paris.

Em 1910 terminou a Nona Sinfonia (seu último trabalho completo) e começou a escrever a Décima.

Nesse ano, sua esposa Alma precipitou uma crise conjugal ao fazer amizade com Walter Gropius. Em Leyden Mahler teve uma consulta com o psicanalista Sigmund Freud.

De volta à América, em Fevereiro de 1911, Mahler ficou extremamente doente. O médico da família, Joseph Fränkel, em Nova Iorque, diagnosticou uma infecção estreptocócica. Por sugestão do médico, no começo de Abril, Mahler partiu para Paris para consultar um bacteriologista. Nessa época Paris, em virtude das descobertas de Louis Pasteur era um centro de referência para o estudo de moléstias de origem bacteriológica.

Por um breve período, Mahler teve uma pequena melhora e chegou até a planejar uma viagem para o Egito. Contudo, ele não conseguiu se recuperar. Um médico especialista em hematologia sugeriu que Mahler fosse internado em Viena e para lá ele foi levado.

A 18 de Maio de 1911, com 50 anos e 46 semanas, Gustav Mahler morreu em Viena, então capital do Império Austro-Húngaro, de uma infecção estreptocócica do sangue. Suas últimas palavras foram: Minha Almschi (uma referência a sua esposa Alma, literalmente traduzido, Minha Alminha) e "Mozart". Como Beethoven, morreu durante uma trovoada. Ele foi sepultado em Viena, no Cemitério Grinzinger, ao lado da filha Maria, conforme revelou antes de partir.

 O legado de Mahler
Em certos aspectos Mahler foi para a música do século XX, aquilo que Haydn representou para a geração de músicos que lhe sucederam. As composições de Mahler tiveram um grande impacto em compositores como Schönberg, Webern, e Berg, e em maestros como Bruno Walter e Otto Klemperer. Esses dois trabalharam com Mahler e foram ajudados por ele em suas carreiras, e mais tarde ajudaram a difundir a música de Mahler pela América, onde esta influenciaria a composição das músicas para os filmes de Hollywood.
Mahler também influenciou Erich Korngold e Richard Strauss, e as primeiras sinfonias de Havergal Brian.

Entre as inovações introduzidas por Mahler estão o uso de melodias com grandes implicações para a harmonia, a combinação expressiva de instrumentos, em grande e pequena escala e combinação da voz e do coral à forma sinfônica.

Além de compositor, Mahler foi também um grande maestro e suas técnicas de regência sobrevivem até os dias de hoje.
Em sua época Mahler encontrou dificuldades em ver seu trabalho aceito. Por bastante tempo ele ficou mais conhecido por suas excepcionais habilidades como maestro de orquestra do que como compositor. Porém, ele confiava em seu talento e dizia: Meu tempo há de chegar! E de fato, seu tempo chegou, na metade do século XX, pelas mãos de uma geração de regentes e admiradores que o conheceram, como o norte-americano Leonard Bernstein. Em pouco tempo, ciclos completos das sinfonias de Gustav Mahler foram gravados e suas obras foram executadas por muitas orquestras importantes.

Atualmente entre os maiores e mais conhecidos intérpretes de Mahler estão: Pierre Boulez, Riccardo Chailly, Claudio Abbado, Bernard Haitink, Simon Rattle, Michael Tilson Thomas, Zubin Mehta, Markus Stenz e Benjamin Zander.

 Conjunto da obra
Gustav Mahler inicialmente seguiu a tradição dos músicos alemães, encabeçada por Johann Sebastian Bach e pela "Escola de Viena" de Haydn, Mozart, Beethoven e Schubert, e que ainda incoporaria uma geração de compositores românticos, tais como Schumann e Mendelssohn.. Entretanto, a influência decisiva em seu trabalho veio de Richard Wagner, quem, segundo suas palavras, era o único compositor que realmente tinha o desenvolvimento (ver forma-sonata) em suas músicas, depois de Beethoven.

O conjunto de seu trabalho artístico é formado basicamente de canções (ou lied), 9 sinfonias completas (Mahler chegou a trabalhar numa décima, mas não conseguiu terminá-la) e um poema sinfônico. As sinfonias são as obras que mais se destacam em sua produção artística.

A música de Mahler é bastante pessoal e reflete muito da personalidade e vida do autor. Suas sinfonias são temáticas e são influenciadas pela literatura. As sinfonias são complexas, enormes, tanto na duração, quanto na quantidade de músicos necessários para sua execução. Mahler costumava dizer que suas sinfonias deviam representar o mundo. De maneira parecida com a nona sinfonia de Beethoven, a voz humana é usada nas sinfonias números 2, 3, 4 e 8. Sua sinfonia número 8 requer mais de mil músicos, entre orquestra, solistas e um coral imenso.

Mahler costuma usar melodias folclóricas, marchas, e instrumentos, como trompete, que lembram a música militar, suas sinfonias são muito coloridas, com alternâncias rápidas e inesperadas de notas altas e baixas, sons fortes e fracos, momentos de tragédia, de triunfo, e de paz e extrema beleza. A orquestração é original e o uso que faz dos instrumentos definem um som mahleriano inconfundível.

A morte é o tema presente em sua obra. Passagens alegres dão lugar a outras trágicas e de desespero, que refletem a vida atribulada do próprio compositor. Mahler não teve uma infância fácil, seu pai batia na mulher, viu o irmão querido morrer, seus pais morreram mais ou menos logo, e ele viu-se na condição de chefe da família e responsável pelo sustento dos outros irmãos mais novos. Mesmo após tornar-se adulto e ser independente, a vida não foi fácil. O espectro da morte pairava sobre Mahler, pois ele, da mesma forma como a mãe, sofria de problemas cardíacos; sua filha morreu em 1907; era apaixonado pela esposa, Alma, contudo esta o traía.

Apesar de a tragédia ou a morte estarem sempre presente, não se pode dizer que a obra de Mahler seja pessimista. De todas as suas sinfonias completas, apenas uma (a sexta) termina realmente mal, com a morte do herói sinfônico, e mesmo assim, de forma bastante heróica, no melhor estilo das grandes tragédias gregas. Algumas passagens, como o Adagietto da sinfonia n.º 5, ou o tema Alma da sinfonia n.º 6 são muito belas.

Gustav Mahler foi também o prenúncio de uma nova era da história da música, em que as composições passariam a ser atonais. Músicos famosos, dessa nova era, e que lhe sucederam, como Alban Berg e Arnold Schönberg mostrariam respeito e admiração pelo músico. Schönberg escreveu sobre Mahler: Em vez de perder-me em palavras, talvez fosse melhor dizer logo: acredito firmemente que Gustav Mahler foi um dos maiores homens e dos maiores artistas que jamais existiram.

As sinfonias de Mahler costumam ser divididas em três períodos. As sinfonias do primeiro período são conhecidas como sinfonias Wunderhorn e abrangem as sinfonias números 2, 3 e 4. Elas têm esse nome porque têm vínculos com a música feita por Mahler para os poemas conhecidos como Das Knaben Wunderhorn (A Maravilhosa Cornucópia do Rapaz). Pode-se dizer que elas representam a busca de Mahler por uma fé firme e ao mesmo tempo uma busca para suas respostas sobre a existência.

A sinfonia n.º 1 usa elementos do Lieder Eines Fahrenden Gesellen (Canções de um Viajante Errante) e de Das Klagend Lied (A Canção da Lamentação). É puramente instrumental e também tem certa relação com Das Knaben Wunderhorn, ainda que de maneira mais indireta.

As sinfonias do segundo período: 5, 6 e 7, costumam ser chamadas de sinfonias Rückert. Elas têm esse nome porque a composição delas foi influenciada pela musicalização que Mahler fez para os poemas de Friedrich Rückert (1788-1866). Elas são puramente instrumentais e as mais trágicas do ciclo sinfônico.

O último período não tem nome e abrange as últimas obras do artista: as sinfonias 8, 9 e a inacabada 10, além da sinfonia canção Das Lied von Der Erde (A Canção da Terra). A voz humana é usada em grande parte na sinfonia 8, e ela costuma ser chamada às vezes de sinfonia coral.

As sinfonias 9 e 10 são instrumentais, e o poema sinfônico Das Lied von Der Erde (A Canção da Terra) é cantado. Existe um certo mistério em torno dela. A princípio era para ser sinfonia número 9, mas por superstição Mahler preferiu que fosse conhecida como um poema sinfônico.


 Principais obras
SinfoniasSinfonia n.º 1 (ré maior), Titã (1884–1888)

Sinfonia n.º 2 (dó menor, termina em mi bemol maior), Resurreição(1888–1894)

Sinfonia n.º 3 (ré menor) (1895–1896)

Sinfonia n.º 4 (sol maior, termina em mi maior), 1899–1901)

Sinfonia n.º 5 (dó#menor, termina em ré maior), (1901–1902)

Sinfonia n.º 6 (la menor), Trágica(1903–1904)

Sinfonia n.º 7 (mi menor, termina em dó maior), Canção da Noite(1904–1905) (Subtitle not by Mahler)

Sinfonia n.º 8 (mi bemol maior), Sinfonia dos Mil(1906) (subtítulo de que Mahler não gostava)

Sinfonia n.º 9 (ré maior, termina em ré bemol maior)1909–1910)

Sinfonia n.º 10 (fa#menor, termina em fa#maior)1910–1911, incompleta, Adagio e Purgatório preparados para apresentação por Ernst Krenek (1924), versões completas por Deryck Cooke (1960, 1964, 1975), Clinton Carpenter (1966), Joseph Wheeler (1948–1965), Remo Mazzetti, Jr. (1989), Rudolf Barshai (2000), e Nicola Samale/Giuseppe Mazzucca (2002). Muitos maestros célebres se recusaram a a interpretar a sinfonia completa, entre eles Bruno Walter e Leonard Bernstein.

 Ciclos de canções, coleções e outros trabalhos vocaisDas Klagende Lied 1880

Drei Lieder (três canções para ternor e piano, 1880)

Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit (14 canções para piano com acompanhamento, 1880–1890)

Lieder eines fahrenden Gesellen (para voz com piano ou acompanhamento orquestral, 1883–1885)

Lieder aus "Des Knaben Wunderhorn" (para voz e orquestra, 1892–1896, mais dois em 1899 e 1901)

Rückert Lieder (para voz com piano ou acompanhamento orquestralt, 1901–1902)

Kindertotenlieder (para voz e orquestra, 1901–1904)

Das Lied von der Erde, (1907–1909)

Filmes
 Sobre o compositor1974 - Mahler

2001 - Palavras ao vento (Bride of the Wind)

 Trilha sonora1992, 1993 - O óleo de Lorenzo (Lorenzo's Oil)

1974 - O Jogador (The Gambler) IMDB

1971 - Morte em Veneza (Morte a Venezia)

1998 - Star Trek: Voyager, episódio: Counterpoint

2010 - Shutter Island (A Ilha do Medo)

in Wikipédia, com os meus agradecimentos

Erscher

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Morreu Lucian Freud

Morreu o pintor britânico Lucian Freud



22 julho

As obras de Lucien Freud atingiram valores muito elevados em leilão; este retrato “Benefits Supervisor Sleeping” foi vendido, em 2008, por 23 milhões de dólares ao russo Roman Abramovich

O pintor morreu ontem aos 88 anos, em Londres, vítima de doença súbita, de acordo com a sua galeria. Lucian Freud aproximou-se da estética do surrealismo mas, durante os anos 50, mudou de registo para a pintura de retratos, geralmente de nus humanos acompanhados de objetos. É um dos mais importantes pintores do século e manteve-se fiel à arte figurativa.Morreu o pintor britânico Lucian Freud

“Vivia para pintar e pintou até ao dia da sua morte, longe do ruído do mundo da arte”, refere a galeria nova-iorquina William R. Acquarella, que representa o pintor.

O neto do fundador da psicanálise Sigmund Freud é considerado “um dos mais importantes pintores dos séculos XIX e XX”, vice-presidente do departamento de arte pós-guerra da leiloeira Christie’s. “Manteve a sua abordagem figurativa, mesmo quando esta era muito pouco popular, quando a abstração era o conceito dominante. No final, a sua abordagem clássica revelou-se muito importante. Lutou contra o sistema e sinceramente ganhou”, descreveu Brett Gorvy.
A rejeição das tendências e a insistência num estilo realista tornaram-no um dos mais destacados pintores a nível internacional.

A sua rotina de trabalho era “muito regrada, com três sessões principais por dia, e por vezes à noite. Impôs-se uma dieta muito rigorosa. Estava consciente da sua própria mortalidade e sabia que o tempo era muito precioso”, acrescentou.
Lucien Freud nasceu em Berlim, em 1922. Estudou na Central School Of Art, em Londres, para onde emigrou com os pais em 1933, para fugir ao regime nazi. Adquiriu a cidadania britânica em 1938. Trabalhou quase toda a vida no estúdio localizado no bairro de Holland Park, podendo levar anos a realizar um retrato, em virtude do cuidado que tinha com os detalhes.

Os nus eram uma marca da obra de Lucian Freud por entender que a roupa era uma capa e pretender revelar instintos e desejos. “Interessam-me as pessoas como se fossem anumais (…) Em parte, gosto de trabalhar com nus por que assim posso ver mais (…) Gosto que toda a gente esteja tão natural e fisicamente relaxada como se fossem animais”, dizia, em 2002, aos curadores de uma exposição na Tate Britain.
Por outro lado, o pintor também retratou a rainha de Inglaterra, vestida de amarelo, após negociações entre o palácio de Buckhingham. O retrato doado à coleção real é uma das mais controversas imagens da monarca britânica.

Sobre a obra de Freud, a curadora do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque considera ter “muita carga e ser bastante perturbadora observá-la”. “É isso que faz tanta gente sentir-se incomodada e é o que lhe confere poder e fascínio à sua obra. O seu trabalho é incrivelmente pessoal e isso sobressai. Por outro lado, é muito desapegado e crítico; é isso que o torna tão intenso”, comenta.

O quadro "Naked Girl with Egg" pode ser visto, desde a passada sexta-feira, na Fundação EDP, no Porto, no âmbito da exposição “My Choice”, composta por obras da colecção do British Council selecionadas por Paula Rego.

in notícias.rtp.pt