quinta-feira, 5 de maio de 2011

CARLOS DE OLIVEIRA (1921-1981)

Carlos de Oliveira, in 'Mãe Pobre'  

Cantiga do Ódio







O amor de guardar ódios


agrada ao meu coração,


se o ódio guardar o amor


de servir a servidão.


Há-de sentir o meu ódio


quem o meu ódio mereça:


ó vida, cega-me os olhos


se não cumprir a promessa.


E venha a morte depois


fria como a luz dos astros:


que nos importa morrer


se não morrermos de rastros?





Sem comentários: