quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mário Botas




“Seldom we find” says Solomon Don Dance
“Half an idea in the profoundest sonnet”
E.A.Poe


A fisionomia, o carinho das coisas impalpáveis,
o balbuciar, todo em amarelo, dos limões...
Cintura na pedra,
correio subtil de Lesbos para Marte.


Antinous visitou-me. Deixou a casa desarrumada
e um projecto em mim demasiadamente longo.
No frágil da memória eu durmo e sou eu
deuses de papelão sentando-se a meu lado.


No leito fluvial por onde dorme o cisne
chamam por mim os outros príncipes. Todos
irmãos.


Escuridão nova na velha escuridão,
efeito de luz nas janelas do poema...
O meu cão dorme. He is a poet, isn’t he?

Mário Botas

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